Nome: Odilio Valente de Brito
Data de Falecimento: 2019
Odilio, o caminhoneiro amante da estrada.
Foi esposo por 49 anos, pai de 03 filhos, avô de 04 netas e amigo de milhares.
Meu amado pai, como é difícil hoje para nós expressarmos em palavras o que o senhor representou, representa e continuará representando para cada um de nós.
A sua honestidade, generosidade e humildade para com o próximo e para com os seus, enchiam os nossos corações de admiração e orgulho e com a sua simplicidade, aprendemos a dar valor a vida e a família.
Hoje, só temos a agradecer ao senhor, pelo legado moral que nos deixou. Será muito difícil não podermos mais contar com a tua presença amiga entre nós, sempre nos motivando nos momentos mais complicados e difíceis da vida. Sabemos que a sua partida fez parte do processo natural da vida, mas nunca estamos devidamente preparados para vivenciar este momento tão doloroso. Não está sendo fácil ter que prosseguir sem a tua presença. Por isso, nos colocamos inteiramente nas mãos de Deus, e pedimos a Ele que nos conceda a graça e a sabedoria para sermos referência na vida de nossos filhos como o senhor foi para nós.
Com o diagnóstico de demência há uma quebra da história familiar onde as idades se acumulam e se sobrepõem e a ordem natural não tem sentido: é quando o filho se torna pai de seu pai.
É quando o pai envelhece e começa a troteas como se estivesse dentro de uma névoa. Lento, devagar, impreciso. É quando aquele pai, que segurava com força nossa mão, já não tem como se levantar sozinho. É quando aquele pai, outrora firme e intransponível, enfraquece de vez e demora o dobro da respiração para sair de seu lugar.
E nós, como filhos, não faremos outra coisa senão trocar de papel e aceitar que somos responsáveis por aquela vida. Aquela vida que nos gerou depende de nossa vida para morrer em paz.
Todo filho é pai da morte de seu pai.
E assim como mudamos a casa para atender nossos bebês, tapando tomadas e colocando cercadinhos, vamos alterar a rotina dos móveis para criar os nossos pais.
E feliz do filho que é pai de seu pai antes da morte, e triste do filho que aparece somente no enterro e não se despede um pouco por dia.
Sim, nem sempre é fácil cuidarmos de nossos pais. Pode ser uma tarefa exaustiva e repetitiva. No entanto, é nesses momentos que devemos conservar a empatia, fazer por eles o que fizeram por nós.
Essa fase de tristeza e cansaço também é a preparação de nossos corpos e espíritos para o adeus, para a despedida.
Nos seus últimos meses de vida, Deus nos concedeu momentos únicos e inesquecíveis. Aproveitamos da melhor maneira possível essa chance que Deus nos concedeu para melhor nos despedimos e expressarmos tudo aquilo que durante as nossas vidas deixamos de fazer por vergonha, falta de coragem e oportunidade.
Papai, você se foi sabendo o quanto era especial, querido e principalmente amado por todos os seus filhos, familiares e amigos.
Que não tenhamos sua imagem como a desses últimos dias de sofrimento e dor, mas que lembremos dele em seus melhores momentos, para os amigos quando contava de suas viagens na estrada; para os filhos, quando ficava feliz por suas realizações; para os netos, quando ele chegava de viagem e nos dava aquele abraço caloroso de muito tempo.
Tenho plena certeza de que neste momento ele está no céu, com sua mãe, seu pai seu irmão e aqueles que já se foram, daqui podemos ver apenas uma estrelinha que brilha ao lado da lua que ele tanto admirava.
Você se foi, meu pai, e agora só temos memórias para acalmar a saudade.
Mais que sua filha eu fiquei sua fã!
Até um dia meu pai. Te amo!